Quentin é o típico personagem do Green, assim como Cidades
de Papel é exatamente o que ele sempre escreve. Dizendo de outra maneira, o
livro é simplesmente mais do mesmo e a única coisa que me fez ler o livro até o
fim foi a escrita genial do autor, não o enredo e muito menos os personagens.
A história é contada pela perspectiva de Quentin Jacobsen, o
Q, que é completamente apaixonado por sua vizinha linda, popular e inteligente,
Margo Spiegelman. Q é pego de surpresa quando, em uma bela madrugada, Margo
invade o seu quarto pela janela e o convida para uma série de aventuras. Porém,
quando a aventura acaba e a manhã chega, Margo havia desaparecido e Quentin
resolve procurar por ela.
Durante toda a leitura eu me encontrei procurando alguma
novidade, tentando ver as atitudes do Quentin sem enxergar o Miles de “Quem é
você, Alasca?” ou o Colin do “Teorema Katherine”, ou ver a Margo e não pensar
na Alasca, mas a semelhança dos personagens é inegável! Além disso, o livro
passa sem grandes acontecimentos, e de todos os livros que o Green já escreveu,
esse é o de menor peso humorístico ou sentimental. O livro só não é uma chatice
completa por conta da grande habilidade que o autor possui em prender os
leitores, e você se encontra lendo o livro sem sentir nada, sem se apegar a
nada nem ninguém, mas acompanhando até o fim.
Por outro lado, eu não diria que o livro é uma grande perda
de tempo. Na verdade, traz algumas reflexões interessantes e tem aquele traço
forte do Green que são as metáforas. Assim como Alasca tinha seu labirinto,
Margo tinha o mundo de papel e fios arrebentando, e devo confessar que uma
conversa entre o Radar e o Quentin me deixou bastante pensativa.
Dessa forma, indico o livro pra quem quer mais de John
Green, do tipo de coisa que ele escreve, das reflexões que ele propõe e do
humor diferente que ele usa. Se espera algo inteiramente novo, esse livro não é
pra você, e o que você quer não é John Green.
Boa leitura a todos que amam John Green e querem ler um
pouco mais.
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